20 março 2010

Os EUA estão doentes

"Em sentido metafórico, a sociedade norte-americana está doente por muitas razões. Há mais de trinta de anos passo alguns meses por ano nos EUA e tenho observado uma acumulação progressiva de "doenças", mas não é delas que quero escrever hoje. Hoje escrevo sobre doença no sentido literal e faço-o a propósito da reforma do sistema de saúde em discussão final no Congresso. As lições desta reforma para o nosso país são evidentes. Os EUA são o único país do mundo desenvolvido em que a saúde foi transformada em mercadoria e o seu provimento entregue ao mercado privado das seguradoras. Os resultados são assustadores. Gastam por ano duas vezes mais em despesas de saúde que qualquer outro país desenvolvido e, apesar disso, 49 milhões de cidadãos não têm qualquer seguro de saúde e 45 mil morrem por ano por falta dele. Mais, a cada passo surgem notícias aterradoras de pessoas com doenças graves a quem as seguradoras cancelam os seguros, a quem recusam pagar tratamentos que lhes poderiam salvar a vida ou a quem recusam vender o seguro por serem conhecidas as suas — condições pré-existentes“, ou seja, a probabilidade de virem necessitar de cuidados de saúde dispendiosos no futuro. ...." CONTINUA

Boaventura de Sousa Santos

06 março 2010

A grande colisão!!!


Os répteis gigantes não conseguiram sobreviver no mundo tenebroso em que se tornou a Terra após a grande colisão.


Em 1980, os Alvarez possuíam indícios fortes, mas nenhuma prova. Pai e filho tinham descoberto níveis anormalmente elevados de irídio numa camada sedimentar com 65 milhões de anos, correspondente à época da grande extinção do final do Cretácico, e da transição para o Terciário.

Aquele elemento metálico é muito raro na Terra, mas vulgar em objectos oriundos do espaço, como os meteoritos. Os Alvarez juntaram dois e dois: e se a extinção em massa ocorrida nessa época tivesse sido causada por um impacto de um grande objecto vindo do espaço? Isso explicaria as quantidades anormais de irídio.

O problema é que não existia nenhuma cratera suficientemente grande que correspondesse a um tal acontecimento. Foram precisos mais onze anos para se encontrar essa enorme cicatriz na superfície do planeta.

A tese dos Alvarez ganhou novo fôlego quando Alan Hildebrand e Glen Penfield anunciaram em 1991 a descoberta de uma cratera com 200 quilómetros no Yucatán, no México: a cratera Chicxulub tinha exactamente 65 milhões de anos e a dimensão certa para ser a peça que faltava.

Essa colisão do asteróide com a Terra teria provocado "incêndios em larga escala, sismos de magnitude superior a 10 na escala de Richter e tsunamis de grande dimensão", afirma a equipa. A projecção de grandes quantidades de material para a atmosfera terá mergulhado o planeta na escuridão e arrefecido a atmosfera, matando as espécies que não conseguiram adaptar-se. Entre elas, estavam os dinossauros.