17 maio 2005

INQUIETAÇÃO

Neste dia 17 de Maio de 2005, apetecia-me gritar, mas um grito enorme que vibrasse exageradamente nos timpanos de quem nos anda a lixar e acusticamente inserido numa VONTADE colectiva de mudar qualquer coisa neste cada vez mais, desgraçado e depauperado País. Será que em pleno século XXI, temos nós, pagadores de impostos e contribuintes desta “cambada engravatada e escolopêndrica” como apelidou e bem Zeca Afonso, de estar sujeitos a uma resignação cada vez mais doentia, perante todo este espectáculo de sabermos que aqueles que andam a brincar com o nosso dinheiro, nada lhes acontecer e ainda por cima, se autoproporem a novos mandatos para os lugares, onde precisamente defraudaram o erário público ? Será que nesta “democracia”, não há um qualquer poder, um que seja, eleito legitimamente por todos nós, que faça cumprir aquilo que de pouco nos resta nesta quinta de malfeitores, que é, a exigência de haver dignidade por parte de quem ocupa o poder nos vários orgãos institucionais e respeito para com aqueles que nas urnas depositam periodicamente o tal papelinho, ex-libris ou não, do chamado acto cívico e democrático ? Tantas ajudas da CE, tantas promessas não cumpridas, tantos energias desbaratadas, para quê? Dizem que estamos pior do que há uns anos atrás. Mas será que verdadeiramente o País não sabe trilhar o caminho correcto, a exemplo do que aconteceu com outros da nossa galáxia? Será das pessoas? Será dos dirigentes ou dos dirigidos? Será necessário começar tudo de novo ou temos capacidade de dar a volta a isto , em que os sacrifícios sejam repartidos proporcionalmente por todos?