12 junho 2012

Situacionismo



A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.

E, nalguns casos, de respiração assistida.

 

 

O Prós e Contras da RTP tornou-se há muito tempo o paradigma do nome desta série: situacionismo. Foi, nos últimos tempos do "socratismo", a voz do regime; é a mesma voz do regime no ano de "passismo". É isso que é a RTP, a voz do dono.

 

Começa sempre, no elemento mais importante num programa como este, na escolha das pessoas a quem se dá o podium. Sempre que se trata de um tema no âmago do poder, o poder está representado pelos seus melhores defensores, a crítica ao poder por moderadíssimos e débeis representantes, com críticas secundárias e circunstanciais, e isto é nos melhores dias. Em muitos casos, o programa é Prós e Prós.

 

O programa de hoje é um exemplo perfeito, onde, sem contraditório, se ouviu uma série de porta-vozes da política actual, de António Borges a António Vitorino. Sim, de António Borges, a quem não foi perguntado nada de incómodo, a António Vitorino que representa uma das vozes "responsáveis" do PS que em todos os momentos cobre sempre o governo em funções. Há cinco, quatro, três, dois anos, ou seja, em termos históricos, HOJE, exactamente com a mesma voz grave e responsável, António Borges defendia a política suicidária do sistema financeiro que conduziu ao desastre cujos custos todos pagamos, e Vitorino não dizia nada de incómodo para Sócrates, a quem deu a caução completa e total. Hoje, estão a fazer o mesmo como ideólogos e parte activa do actual governo, e se as coisas não correrem como dizem que vão correr, haverá sempre um álibi europeu para os justificar.

 

Eles estão lá sempre, e no entanto, nunca lá estão. Não é por acaso que este tipo de vozes é a preferida do Prós e Contras.

 

 

Fonte - Abrupto