23 julho 2010

Lula da Silva


A pouco menos de seis meses de deixar a Presidência, Lula da Silva emocionou-se e chorou durante uma entrevista à TV Record, na qual fez um balanço dos seus oito anos no poder."Eu vou entregar um outro país. Um país de gente menos pobre, um país com os trabalhadores ganhando mais, um país com a democracia consolidada, um país mais forte do que aquele que alguma vez tivemos"

"Eu acho que estou ficando mais velho", indicou."Tenho ficado mais emocionado porque as coisas estão acontecendo. Passamos o tempo inteiro plantando e de repente a planta brota, cresce e eu estou colhendo."

Antes, Lula lembrou que as conquistas são de todos: "As pessoas passaram a perceber que o Brasil é delas. E que ainda há muito a fazer. "

02 julho 2010

Presidente insustentável!

"...Os portugueses sabem por experiência que vivem momentos difíceis e que essas dificuldades são o resultado de uma acumulação de fatores nacionais, europeus e globais. No que respeita aos fatores nacionais, a acumulação vem de longe. Tudo começou quando os fundos estruturais e de coesão, depois de contribuírem para a necessária infra-estruturação física do país, ficaram reféns dos lóbis do betão (concreto) e se descurou o investimento na educação, na formação, na criação de um sistema nacional deciência, na diminuição das desigualdades sociais de modo a que os ganhos de produtividade se transformassem em bem-estar dos portugueses. Ora, os governos de Cavaco Silva contribuíram para este desvio fatídico. A formação profissional foi entregue à corrupção generalizada; iniciou-se o desinvestimento nas universidades públicas, sujeitando-as à pilhagem dos seus recursos para alimentar os aviários universitários que então proliferaram; em termos de desigualdade social, o país era mais injusto em 1995 que em 1990 (e mais que em 1980). O que é hoje “insustentável” começou a sê-lo há muito, e nesse processo Cavaco Silva foi mais parte do problema do que da solução.

... Com objetivos convergentes, foi permitido às agências de análise de risco converter os orçamentos nacionais em campos de apostas para o cassinofinanceiro. Tais agências são peritas em utilizar as afirmações irresponsáveis dos responsáveis políticos “locais” para transformar em realidade as especulações em que assentam as suas previsões. Objetivamente, o presidente da República recomenda às agências que obriguem os portugueses a confiarem no mercado financeiro e a confiarem tanto mais quanto menos o mercado confiar neles. Isto, sim, é insustentável! "

Texto completo de Boaventura de Sousa Santos AQUI