28 maio 2006

A 1ª Grande Aposta, ao vivo

... Começámos a preparar o nosso primeiro espectáculo ao vivo em Lisboa. Por iniciativa das associações de estudantes, seria no dia 28 de Maio, na Aula Magna.

... No dia do concerto estávamos todos muito nervosos. Será que vem muita gente?
- Vais ver que é como na Amadora, rosna o Luís, referindo-se ao malogrado espectáculo para 52 pessoas.

... Dez minutos antes do início, fomos atrás do palco. Espreitamos da pequena porta que lhe dava acesso: A sala estava à pinha! Tão cheia que não se viam os degraus. Desta vez estavam os nossos pais, que já levavam um pouco mais a sério o nosso projecto.

... Começámos com um ritmo de tambores ao qual se sobrepôs a flauta do Artur. Um início diferente, com base no TV2...

... A sala atingira o rubro. Depois, foi ver toda a gente tentar dançar o N´vula, do Filipe Mukenga, apesar do pouco espaço disponível. Namoro, do Fausto e Viriato da Cruz, um verdadeiro hit para aquele público, manteve a festa. Explodiu com o Barco Vai de Saída do mesmo Fausto e com a Prima da Chula, para fecharmos com uma nossa. Nos últimos acordes, o Luís apresenta o grupo todo. Acabou o espectáculo. Saímos a correr depois das despedidas e do tradicional “Obrigado”.
...Venham lá esses encores...

... No final da Saudade ninguém arreda pé. Terá de ser mais uma...e a seguinte será mesmo a última, decidimos....
... Uns Vão Bem Outros Mal do Fausto, para acabar em cima.
- Sonhos cor de rosa! Cháu! Despede-se o Luís.
Lá dentro, nos camarins, recebemos dezenas de abraços de amigos, colegas e familiares. Tínhamos ganho a nossa primeira grande aposta ao vivo.

Trovante Por Detrás do Palco – Manuel Faria
Foto tirada daqui

18 maio 2006

Portugal, menos

A nossa pátria está onde somos amadosMikhail Lermontov

E se houvesse a possibilidade dos portugueses poderem, na hora do registo dos seus filhos nascidos em clinicas na nossa vizinha Espanha, optarem pela nacionalidade espanhola? Porque, ser gente e contribuinte (o cumpridor, claro) em Portugal é lamentavelmente nos dias que correm, uma figura tristemente desrespeitada por todos os poderes instituídos deste país e não se perspectiva, por negligência de quem nos tem governado nos últimos anos, melhorias a prazo para o cidadão bem comportado no âmbito fiscal. Já não bastava termos que suportar o desbaratamento dos nossos impostos, o saber da ruinosa gestão que fazem dos nossos descontos para a chamada Segurança Social, o descobrir da ineficaz aplicação das nossas contribuições por parte das Autarquias, e apesar de tudo isto, ainda temos alegremente que financiar a permanência das multinacionais instaladas no nosso depauperado país. Razão tinha o Professor Agostinho da Silva quando lhe perguntaram o porquê de não usar cartão de contribuinte, dizendo ele então: “porque se tivesse que o usar, sentia-me na obrigação de responsabilizar o estado português pela aplicação do dinheiro dos meus impostos e como eu não quero ter problemas...”.

15 maio 2006

Humberto Delgado

- Nasceu em S.Simão de Brogueira, Torres Novas, a 15 de Maio de 1906.
- Frequentou o Colégio Militar, cujo curso concluiu em 1922, ingressando na Escola Militar, onde tirou o Curso de Artilharia e Campanha e donde saiu em 1925
- Em 25 de Abril de 1938 foi escolhido para o Corpo do Estado Maior, sendo o único Oficial aviador que ingressou neste organismo.
- Em 1957 é nomeado Director Geral da Aeronáutica Civil

- É piloto honorário da Força Aérea Americana e membro do Instituto of Aeronautical Sciences dos Estados Unidos da América.
- Em 1958 é candidato á Presidência da República.

- Punido pela actividade oposicionista ao Governo de Salazar, com pena de “separação do serviço”, pede asilo político á Embaixada do Brasil em Lisboa, facto que levanta enorme celeuma e polémicas jornalísticas, sobretudo na imprensa brasileira e que terminou pela sua partida para o Brasil a 20 de Abril de 1959.
- Em fins de 1961, regressa clandestinamente a Portugal para tomar o comando de uma revolta militar que deveria eclodir em várias unidades do país, mas que somente em Beja rebenta, sendo esmagada logo ás primeiras horas da manhã.
- A fim de assumir o comando da Junta de Acção Patriótica dos Portugueses de Argel, Delgado parte, ainda doente, para a capital da Argélia, onde chega a 27 de Junho de 1964.
- Tenta convencer os seus companheiros da Junta a dar prioridade ás tarefas de um Comando Operacional, trocando “balas de papel por balas de aço”, mas consideram-no “fora das realidades”.
- A Pide que então já tinha armado uma teia criminosa, mata-o a 13 de Fevereiro de 1965 em Villa Nueva de Fresnos, perto da fronteira luso espanhola.

Texto/Ilustrações-Revista do Povo

14 maio 2006

Delgado no Porto

Houve quem tivesse ousado alterar o rumo politico em que o país se encontrava mergulhado sob a batuta ditadorial de Salazar. Esta fotografia registou para a histórica, o momento em que Humberto Delgado agradece na varanda da sede da sua candidatura à Presidênca da República na Praça Carlos Alberto, no Porto, ao fim da tarde do dia 14 de Maio de 1958, as incessantes aclamações de um povo que queria simplesmente, ser livre.

10 maio 2006

Obviamente, demito-o

No dia 10 de Maio de 1958, a uma pergunta do jornalista da France Press sobre que atitude é que tomaria para com o Presidente do Conselho Oliveira Salazar, caso fosse eleito, Humberto Delgado de uma forma enérgica e sem hesitação disse: "Obviamente, demito-o". A resposta eclodiu por toda a sala repleta do Café Chave de Ouro e a frase caiu que nem uma bomba, transformando para a História este homem e este português, no "General sem Medo"

02 maio 2006

Opção

Foi há trinta anos e decorria o ano de 1976 nos meses Abril/Maio, quando surge uma revista que veio agitar um pouco as águas em que se encontrava o panorama do jornalismo português, tinha o título de Opção e o seu director foi Artur Portela Filho. Revista de uma qualidade assinalável ao nível do aspecto gráfico e da própria estrutura temática, eram abordados e sugeridos de uma forma criteriosa eventos de cinema, teatro, musica e tantas outras vertentes culturais.

Os assuntos políticos de maior projecção a nível nacional, eram tratados e discutidos por personalidades de inegável valor e prestigio. O seu estatuto editorial não era isento politicamente, assumindo-se claramente como a voz que a Esquerda podia e devia ser e inserida numa corrente jornalística na luta por um socialismo libertador, fecundo e original.
Artur Portela Filho para além de ter colaborado em vários jornais, também foi director do Jornal Novo e no seu último cargo público, foi membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social.