30 setembro 2013

15 setembro 2013

Vida nas Luas de Júpiter e Saturno?!??!





A astrobióloga portuguesa Zita Martins, do  Imperial College of London, co-autora de um artigo científico publicado  hoje, acredita que há condições para existir vida nas luas de Júpiter e  Saturno, pela importância do gelo na criação de aminoácidos.



Toda a gente fala de Marte, mas eu acho muito mais interessantes as  luas de Júpiter e Saturno, porque têm as condições ideais para a existência  de vida", afirmou à agência Lusa a investigadora do Imperial College of  London, que tem o artigo publicado hoje, na revista Nature Geoscience. 

 

A convicção foi reforçada pelos resultados de uma experiência realizada  em parceria com a Universidade de Kent, na qual foi disparado, a alta velocidade,  um projétil de aço contra misturas de gelo, análogas às encontradas nos  cometas.   


O objetivo era reproduzir o impacto de um cometa com uma superfície  rochosa, e o resultado foi a descoberta de vários tipos de aminoácidos,  nomeadamente glicina e alanina D e L.  

 

Estes compostos orgânicos são definidos pela cientista portuguesa como  "os blocos constituintes da vida", pois estão na origem de proteínas que,  por sua vez, são essenciais à existência de matéria viva. 

 

Zita Martins conta que já se sabia que os cometas, astros que na sua  composição têm gelo, podem conter aminoácidos, como foi recentemente confirmado  pela descoberta de glicina no cometa Wild 2, através de amostras recolhidas  pela NASA, a agência espacial norte-americana.  


Mas esta simulação em laboratório convenceu os autores de que os aminoácidos  também podem aparecer com o impacto de corpos rochosos, como meteoritos,  em superfícies de gelo em planetas ou noutros corpos celestes, como são  as luas Europa e Enceladus, de Júpiter e Saturno. 

 

Tal como outros astrobiólogos, Zita Martins afirma que, cada vez mais,  a hipótese de que os satélites de Júpiter e Saturno "poderão ter vida, começa  a ganhar credibilidade" e mais interesse do que Marte, onde se têm centralizado  as mais recentes missões espaciais.

  

"Até agora só existiam teorias de como a vida pode ter surgido, mas  esta experiência reforça a suposição de que o gelo e o impacto são essenciais",  vincou, lembrando que aquelas luas foram alvo do choque com inúmeros cometas  e meteoritos há cerca de quatro mil milhões de anos.  

 

O artigo publicado hoje, na versão "online" da revista Nature Geoscience,  em coautoria com Mark C. Price, contribui também para o estudo do processo  da criação da vida no planeta Terra, possivelmente iniciado há cerca de  quatro mil milhões de anos. 

 

Para a investigadora portuguesa, há cinco anos no Imperial College,  o próximo passo será perceber, no entanto, se o impacto de gelo e rocha  no espaço pode sintetizar proteínas ou outras formas moleculares mais complexas,  e assim chegar mais perto da resposta à questão sobre a possibilidade de  existência de vida noutras partes do sistema solar.  

 

Fonte -   SIC Notícias