29 setembro 2005

BANDIDOS, AUTARCAS

Diz-se, que nas próximas eleições autárquicas existem quatro candidatos “bandidos” a participar no acto eleitoral. A saber, um, o Valentim, esteve preso por suspeita de corrupção no caso apito dourado e foi solto, outro, o Isaltino, foi sujeito a investigações policiais por depósitos avultados de dinheiro em bancos suíços sem se saber nunca a origem de tão significantes "rendimentos", ainda outro, o Ferreira, foi condenado em tribunal por peculato enquanto presidente de Câmara, recorreu, e finalmente o quarto, a Fátima, fugiu à justiça para outro país e depois de ter regressado, iniciou de imediato a sua campanha eleitoral como se nada tivesse acontecido.
Sabe-se, que haverá muitos mais casos que envolvem autarcas de norte a sul do país, ainda por indiciar. Igualmente se sabe que as investigações estão suspensas por causa do próximo acto eleitoral..., incompreensívelmente!!!!.
Pergunta primeira: o que anima estes quatro “bandidos” a avançarem destemidamente de peito descoberto, sem olharem a éticas de condutas, princípios de caracter e/ou morais, enfim, coisas de somenos importância nos dias de hoje, para continuarem a ter e a querer ser poder neste país, cada vez mais depauperado de valores minimamente exigíveis numa qualquer relação normal de cidadania ?
Pergunta segunda: Será que no próximo acto eleitoral, perante o cenário montado, qualquer um de nós não corre o risco de votar noutro qualquer “bandido” ainda por desvendar?

22 setembro 2005

SETEMBRO...

Pequena elegia de Setembro

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.

Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?

Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?

Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Eugénio de Andrade

13 setembro 2005

COINCIDÊNCIAS?!!!

Agora compreendo a razão de certas pessoas, quando dizem que Mário Soares tem uma visão monárquica do regime democrático português, senão vejamos:
- D. Miguel de Bragança numa Toirada realizada em Pombalinho no ano de 1824, saltou da trincheira e numa estocada certeira matou o toiro que estava a ser lidado.
- Mário Soares em Julho de 2005 declarou que seria um verdadeiro absurdo e uma tontice, candidatar-se à Presidência da Republica.
- D. Miguel de Bragança uns anos depois, mais precisamente em 1836, decretou a proibição de toiros de morte em Portugal.
- Mário Soares dois meses depois, em Setembro de 2005, apresentou-se como candidato à Presidência da Republica.
Ainda há quem diga, que a(s) história(s) nunca se repete(m).

03 setembro 2005

PELA VIDA...

Perante esta imagem não resisto a pensar de que afinal, a beleza da vida ultrapassa-nos a todos instantes e é cada vez mais imperdoável todo o tipo de destruição e atentados de que o ser humano é o principal responsável.