"A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição, nunca por normas rígidas." Samuel Butler
29 setembro 2014
11 setembro 2014
29 julho 2014
Africa, o novo Celeiro do Mundo!
Secas prolongadas, cheias e enxurradas,
subnutrição extrema, guerras, migrações forçadas de populações e uma
fraquíssima produtividade aliada a métodos de cultivo rudimentares: esta imagem
da agricultura em vários países africanos poderá estar já no passado. E há
nomes sonantes a trabalhar para a mudar, como Bill Gates e a Fundação
Rockefeller, Graça Machel, Bob Geldof ou o antigo secretário-geral das Nações
Unidas, Kofi Annan.
Machel, Geldof e Annan pertencem ao Africa
Progress Panel (APP), fórum de dez personalidades de sectores privado e público
que defendem o investimento equilibrado na agricultura em África aliado ao
crescimento económico sustentado. No mês passado, a APP recomendou aos líderes
africanos o investimento de 10% dos seus PIB na agricultura, de modo a que os
países africanos possam beneficiar do crescimento populacional no mundo.
Estima-se que dois terços dos africanos dependam da agricultura para viver, daí
que “investir na agricultura é uma estratégia essencial para reduzir a pobreza
e a desigualdade social”, diz o relatório.
“Se queremos alargar os recentes sucessos
económicos do continente a uma maioria de habitantes de África, não podemos
continuar a negligenciar as comunidades que dependem da agricultura e das
pescas”, disse Kofi Annan. “A população mundial em crescimento precisa de
alimento e África, o nosso continente, está numa boa posição para o
providenciar. Temos recursos suficientes para alimentar não só a nós mesmos,
mas outras regiões também. Temos de aproveitar esta oportunidade.”
Esta “revolução verde” já está em curso em
vários países tornando África potencialmente no novo celeiro do mundo. Na
Nigéria, Etiópia e Ruanda, esforços governamentais para desenvolver o sector
agrícola estão a colher frutos nas economias nacionais. Num artigo de Maio da
revista Forbes, o antigo Presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, escrevia que
a agricultura estava prestes a tornar-se no “novo petróleo” do país, ainda que
o investimento estivesse nuns meros 1,6% do PIB. Com 84 milhões de hectares de
terra arável, dois dos maiores rios de África e uma mão-de-obra jovem,
calcula-se que a Nigéria seja auto-suficiente em arroz em 2015.
A crise do preço dos alimentos em finais de 2007 levou vários países a repensar a estratégia de investimento no sector agrícola. “Até então, a trajectória era a de uma redução contínua dos recursos de apoio ao sector agrícola, quer públicos, nacionais, com origem nos impostos, quer de origem externa por parte dos doadores, e essa redução culminou, nos primeiros anos do novo milénio, no seu ponto mais baixo”, explica à Revista 2, Lídia Cabral, investigadora especialista em cooperação para o desenvolvimento, associada ao Institute of Development Studies (IDS), baseado na Universidade de Sussex, no Reino Unido. A investigadora colabora igualmente com a Future of Agricultures, consórcio que reúne instituições de investigação de vários países africanos e britânicos, como fórum de debate sobre o futuro da agricultura em África.
Explica Lídia Cabral que, por causa da crise do preço dos alimentos, “houve uma viragem no discurso governamental e dos doadores em relação ao sector” e desenvolveram-se iniciativas que dedicaram maior atenção à agricultura. Entre outras, está a Food Security Initiative, liderada pela FAO e pelos países do G8 no encontro de 2009, em Aquila, Itália, em que os líderes mundiais se comprometeram a investir 20 mil milhões de dólares em três anos em agricultura sustentável para combater a pobreza e a fome. Seguiu-se a Feed the Future, iniciativa lançada pela administração Obama em 2010, com o apoio da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento
Não é por acaso que 2014 é o ano da
Agricultura e Segurança Alimentar para a União Africana: o Fórum para a
Investigação em Agricultura em África (FARA) acabou de receber em Abril um
reforço de 19 milhões de dólares da Comissão Europeia, fazendo um total de 53
milhões o investimento de doadores europeus em apoio ao desenvolvimento
agrícola na África subsariana. O que aproxima todos estes projectos é, explica
Lídia Cabral, “o reforço do investimento e o aumento das políticas públicas
para o sector agrícola, estabelecendo-se compromissos, quer em relação ao
crescimento, quer ao investimento da despesa pública no sector, traçando metas
específicas e objectivos claros”.
Apesar de as iniciativas se sucederem, a
crise mundial de 2008 veio alterar a forma como os governos passaram a ver o
investimento. A crise “significou menos recursos disponíveis para a
cooperação”, explica a investigadora. A alternativa “foi chamar o sector
privado a intervir”, repensando o “papel que este poderia jogar no desenvolvimento
do sector agrícola em África”. É nesta altura que, além dos investidores
privados e daqueles considerados doadores tradicionais (Banco Mundial, FMI,
países da OCDE), entra em cena a filantropia, com organizações como a Fundação
Bill e Melinda Gates que, junto com a Fundação Rockefeller, criou a AGRA —
Alliance for a Green Revolution in Africa, recuperando o espírito da “Revolução
Verde” lançada nos anos 1960 pelas fundações Rockefeller e Ford em países como
o México, a Índia, Paquistão e Filipinas, através da plantação de sementes de
alto rendimento.
Estes objectivos visam alterar
profundamente a paisagem agrícola africana, promovendo melhores
infra-estruturas para facilitar a chegada dos produtos aos mercados,
proporcionar o acesso a seguros de protecção das colheitas, protegendo-as de
calamidades diversas, investindo na importação de fertilizantes e sementes de
melhor qualidade, apoiar agricultores mais carenciados, e, acrescentava
Olusegun Obasanjo na Forbes, aumentar as taxas importadoras para impulsionar a
produção interna. Esta é também a teoria de Gordon Conway, professor no
Imperial College, em Londres, e autor de One Billion Hungry: Can We Feed the
World? (traduzido seria “Mil milhões com fome: Podemos alimentar o mundo”) Para
Conway, que lidera o consórcio Agriculture for Impact (e que conta com o apoio
de Kofi Annan e de Bill Gates), a solução está na concessão de microcréditos a
pequenos agricultores e macro-investimento em novas tecnologias.
A “revolução” está, sobretudo, nas
sementes e na sua qualidade. Estamos a falar de arroz, milho, trigo, mandioca e
batata doce. Melhorar o sistema das sementes é uma das prioridades da AGRA, que
quer reproduzir em países africanos o que já sucede, por exemplo, com culturas
nos Estados Unidos. Durante séculos, o sistema de plantações em África foi
feito com sementes que se guardavam de um ano para o outro, partilhadas em
comunidade. Mas a utilização de sementes de melhor qualidade, transplantadas de
outras regiões do planeta, onde já se tornaram mais estáveis e resistentes a
pragas, doenças ou seca, é um dos objectivos para melhorar a produtividade das
culturas.
A batata doce alaranjada fortificada com
beta-caroteno é um exemplo. Estudos do British Journal of Nutrition, de 2011,
mostram que o consumo regular de batata doce alaranjada em mulheres e crianças
em Moçambique (ao contrário da batata doce produzida na região, de polpa branca
ou amarela) elevou os níveis de vitamina A, cujo défice está associado à
malnutrição e à cegueira infantil. O Prémio Champalimaud de Visão (no valor de
um milhão de euros) foi atribuído em 2009 à organização Helen Keller
International. Esta organização esteve a trabalhar em Moçambique incentivando o
consumo de batata doce de polpa alaranjada e, desde o final dos anos 1990, foi
substituindo a produção agrícola da batata doce de polpa branca com o apoio do
Centro Internacional da Batata e do Instituto de Investigação Agrária de
Moçambique.
Apesar de o investimento inicial de cerca
de 150 milhões de dólares em vários países africanos, a AGRA não tem sido
isenta de críticas. Em Julho de 2013, na cimeira do G8 em Londres, cerca de 60
grupos da sociedade civil africana protestaram contra as políticas da AGRA,
sobretudo aquelas que usam culturas geneticamente modificadas (chamados GMO),
favorecendo megacorporações como a Monsanto, que recentemente reivindicou o
“direito de propriedade” de uma série de sementes de alto rendimento: “A
propriedade privada de conhecimento e recursos materiais (por exemplo, de
sementes e de material genético) significa o fluxo de capitais para fora de
África directamente para as mãos de empresas multinacionais”, explicou o grupo,
num relatório apresentado pela IRIN, serviço de notícias apoiado pelas Nações
Unidas. Uma das campanhas anti-Agra, o Agra Watch, dizia inclusive que a
fundação de Bill Gates “se aproveita das crises mundiais de alimentos e de
alterações climáticas para promover agricultura industrial e de alta
tecnologia, direccionada para o mercado, gerando lucro para corporações,
destruindo o ambiente e empobrecendo os agricultores. Estes programas são uma
forma de ‘filantropicalismo’.”
Lídia Cabral reconhece que “a
produtividade do sector agrícola africano continua muito baixa” e para que ela
aumente “é preciso investir em tecnologia, em investigação e formação,
facilitar o acesso ao mercado”. Mas o debate sobre a disponibilidade de
alimentos também é acompanhado pelo “papel da agricultura na produção de
bioenergia”, nomeadamente de culturas como soja para produção de
biocombustíveis e não para a alimentação das populações.
A entrada destas megacorporações na
agricultura africana tem suscitado debates sobre questões problemáticas, como o
land grabbing, a corrida às terras, que tem revelado também os novos actores no
terreno, como a China, a Índia e o Brasil (os BRIC). Mas Lídia Cabral destaca
igualmente um “debate que está longe de ser resolvido” em relação às
“preocupações face ao tipo de tecnologia desenvolvida pela Gates e Rockefeller,
e à promoção da utilização de culturas e sementes geneticamente modificadas: os
GMOs são importantes para garantir o aumento da produtividade, mas há quem diga
que são prejudiciais para os produtores e, potencialmente, para a saúde”,
continua.
Esta investigadora — que está a
desenvolver o seu doutoramento sobre cooperação para o desenvolvimento do
Brasil em África no sector agrícola — trabalhou em Moçambique entre 1999-2004,
como técnica assistente do Ministério de Planeamento e Finanças, e dá este país
como exemplo do que se passou noutros países africanos.
Após a guerra civil, Moçambique foi
“invadido” por agências de cooperação governamentais e ONG, em muitos casos,
“importantes para a reconstrução no pós-guerra, para restabelecer instituições
e de apoio às populações”, explica Lídia Cabral. Mas isso fez também com que o
Governo tivesse “pouco controlo sobre os recursos geridos directamente pelas
ONG e dos que eram atribuídos pelos doadores tradicionais”. Houve um
progressivo “desmantelar do papel do Estado” em vários sectores, nomeadamente,
no agrícola, e a entrada de capitais privados. Essa diminuição do papel do
Estado levou a que “mais tarde se sentisse a necessidade de voltar a
reconstruir algumas instituições, especialmente no campo da pesquisa da
agro-pecuária, e também na criação de serviços de apoio aos agricultores”,
conclui a investigadora.
É este o exemplo de Sónia Ataíde,
investigadora moçambicana, especialista em agro-pecuária. “Depois da guerra
civil, para fazer o repovoamento pecuário em Moçambique, tivemos de importar um
grande número de bovinos similares aos nossos em termos de raças, de adaptação
e vindos de regiões agro-ecológicas parecidas. Seleccionámos a África do Sul e
a Suazilândia para importar estes animais”, conta à Revista 2. A
investigadora está agora a desenvolver um doutoramento em Veterinária e
melhoramento animal com uma bolsa do AWARD – African Women in Agriculture
Research and Development, fundo de apoio à investigação agrária (que inclui
especialistas em agro-pecuária, agrónomos, biólogos, veterinários) financiado
pela Bill and Melinda Gates. Não é por acaso que o AWARD apoia mulheres: tal
como “dentro da política moçambicana a questão do género é prioridade e o país
tem apostado nessa política, por causa da falta de acesso das mulheres à
educação e a meios de vida”, explica Ataíde, também para a FAO (e para a
fundação Gates) o papel da mulher no sector agrícola tem de ser reconhecido,
compensado e incentivado. De acordo com a FAO, na África subsariana a mulher
contribui com mais de 50% do trabalho em propriedades rurais e mais de 60% das
mulheres empregadas na região trabalha na agricultura.
Além do papel da mulher na investigação
agro-alimentar, Moçambique tem sido também um “estudo de caso”, exemplo do que
se tem passado a nível de investimento, corrida à concessão de terras e aumento
da produtividade agrícola. Um caso bicudo tem sido o ProSavana, investimento do
Brasil, Japão e do Governo moçambicano no corredor de Nacala, cobrindo três
distritos no Norte de Moçambique, numa área de 14 milhões de hectares. A
intenção será plantar soja, monocultura, portanto, para produção de energia.
Investimentos como o ProSavana têm gerado polémica, tanto em Moçambique como no
Brasil. A concessão de vários hectares de terra a estrangeiros levanta questões
porque “a terra não estava necessariamente desocupada: as pessoas e as
comunidades em Moçambique fazem um uso variado da terra, não só para produção
agrícola mas também para outros fins”, assegura Lídia Cabral.
A terra já foi alocada mas a exploração ainda não começou. A sociedade civil moçambicana tem feito uma série de abaixo-assinados, em busca de maior esclarecimento. Diz Sónia Ataíde que, no fundo, “falta clareza: o que é o ProSavana e o que vai fazer? Falam-se de vários distritos mas, concretamente, em termos de terra, o que significa?” Em relação ao futuro dos camponeses também falta informação: “Os camponeses que sempre estiveram a trabalhar nessas terras vão deixar de produzir agricultura diversificada para passar a cultivar monocultura? Estas empresas vêm para cultivar soja, algodão? E se assim for como é que o camponês vai deixar de produzir o seu milho, o seu feijão, a mandioca?”, pergunta a investigadora moçambicana. Este é também o receio de Lídia Cabral relativamente ao investimento corporativo em áreas vastas de África: “Que estes programas sejam veículos de entrada de grandes interesses corporativos que ponham em causa a questão do acesso à terra, questões ambientais, de justiça social e de distribuição de rendimentos.”
Algumas opiniões vão no sentido de que
este investimento na agricultura é a nova “corrida ao ouro” em África: “Há
um corporate takover na agricultura africana. Mas há algumas
iniciativas positivas. A dúvida é: de que maneira África está ou não a
beneficiar desta corrida? E se sim, quem em África? A preocupação é com as
comunidades locais que vivem em condições de maior vulnerabilidade, até que
ponto eles vão beneficiar deste investimento”, conclui Lídia Cabral.
Fonte - Jornal Público
Jornalista - Raquel Ribeiro
24 maio 2014
Solidariedade!
Atriz Salma Hayek aderiu ao movimento
'Bring back our girls', para apoiar as jovens sequestradas na Nigéria .
Foto © REUTERS/Yves Herman
11 abril 2014
Aquecimento Global!
O aquecimento global não está a ser levado a sério e o
tempo está a esgotar-se para evitar consequências como a seca e a inundação de
cidades, disse na quinta-feira o presidente do Banco Mundial.
"Estamos a chegar rapidamente a um
ponto em que não vamos ser capazes de manter o aquecimento global abaixo dos
dois graus Celsius ", disse Jim Yong Kim no início da reunião de primavera
do Banco Mundial e do FMI, em Washington.
O presidente do Banco Mundial defendeu que
"o aquecimento de dois graus Celsius vai ter grandes implicações",
indicando que "40% das terras aráveis de África desaparecerão e a cidade
de Banguecoque poderá ficar submersa".
O Banco Mundial está a envidar esforços em
várias áreas para combater as alterações climáticas, nomeadamente no preço do
carbono, no financiamento da energia renovável, e na pressão exercida junto dos
Governos para removerem os subsídios à energia.
No entanto, Jim Yong Kim receia que muitos
tenham deixado de pensar nas alterações climáticas como um problema urgente.
"Daqui a 10 ou 15 anos, quando
rebentarem batalhas devido à falta de acesso a água e comida, estaremos todos
aqui sentados a pensar: Meu Deus, por que não fizemos mais naquela
altura?", desabafou, confessando-se "extremamente preocupado",
por "o mundo ainda não estar a levar o assunto suficientemente a
sério".
Fonte - DN
27 fevereiro 2014
20 janeiro 2014
Assim vai o mundo !!!
Metade da riqueza mundial nas mãos de 1%
da população
Cerca de metade da riqueza mundial é
actualmente detida por 1% da população, denunciou hoje a ONG Oxfam, adiantando
que as desigualdades económicas aumentaram rapidamente na maioria dos países
desde o início da crise.
No relatório "Governar para as
elites: sequestro democrático e desigualdade económica", a Oxfam conclui
que a concentração de 46% da riqueza em mãos de uma minoria supõe um nível de
desigualdade "sem precedentes" que ameaça "perpetuar as
diferenças entre ricos e pobres até as tornar irreversíveis".
A Oxfam refere ainda que os cerca de 1% dos mais ricos aumentaram os
rendimentos em 24 dos 26 países para os quais os dados estão disponíveis entre
1980 e 2012 e que sete em cada dez pessoas vivem em países onde a desigualdade
económica aumentou nos últimos 30 anos.
Assim, os cerca de 1% dos mais ricos na China, em Portugal e nos Estados Unidos
mais do que duplicaram os rendimentos nacionais desde 1980 e mesmo nos países
com a reputação de serem mais igualitários como a Suécia e a Noruega, a riqueza
dos 1% mais ricos aumentou 50% no período em referência.
O relatório da Oxfam sublinha que a metade mais pobre da população mundial
possui a mesma riqueza que as 85 pessoas mais ricas do mundo.
A ONG calcula ainda que há 18,5 biliões de dólares (13,6 biliões de euros) não
registados e em países terceiros de baixa tributação, pelo que na realidade a
concentração de riqueza é muito maior.
Segundo os dados da Oxfam, 210 pessoas juntaram-se em 2013 ao clube dos
multimilionários cuja fortuna é superior aos mil milhões de dólares, formado
por um conjunto de 1.426 pessoas que concentram uma riqueza 5,4 biliões de
dólares (quase quatro biliões de euros).
Para a Oxfam, este aumento das desigualdades deve-se em grande parte à
desregulamentação financeira, aos sistemas fiscais e às regras que facilitam a
evasão fiscal.
A organização também denuncia as medidas de austeridade, as políticas
desfavoráveis para as mulheres e a confiscação das receitas provenientes do
petróleo e da extração de minérios.
Por outro lado, a ONG associa as desigualdades económicas extremas e a
confiscação do poder político por uma elite rica, que governa para servir os
seus próprios interesses.
"Sem uma verdadeira ação para reduzir estas desigualdades, os privilégios
e as desvantagens vão-se transmitir de geração em geração, como no antigo
Regime. Viveremos então num mundo onde a igualdade de oportunidades será apenas
uma miragem", conclui a Oxfam.
Aos participantes de Davos, a Oxfam apela para um seja acordado um
“compromisso” para não se utilizarem paraísos fiscais, não trocar dinheiro por
favores políticos e exigir aos governos para que garantam a saúde, a educação e
a proteção social dos cidadãos com a arrecadação de receitas fiscais.
O relatório da Oxfam surge na semana em que se realiza o Fórum Económico
Mundial (WEF) de Davos na Suíça, uma reunião durante a qual se analisarão os
problemas emergentes do mundo e onde se tentarão encontrar soluções para as
crescentes situações de desigualdade.
O WEF, que se reúne a partir de quarta-feira em Davos, na Suíça, identificou as
desigualdades económicas como um importante risco para o progresso humano.
Fonte - Sol