23 dezembro 2005

Natal e Ano Novo



A todos os Visitantes desta página, desejo-vos um Feliz Natal e um Ano Novo conforme os vossos desejos e vontades.

Cá nos encontraremos brevemente, afim de darmos continuidade às emoções que a vida nos vai carregando na maravilhosa viagem deste mundo tão belo, mas simultâneamente cada vez mais, tão maltratado. Façamos votos para que em 2006, a realidade de muitos suplante o egoísmo de alguns.

21 dezembro 2005

A História repetir-se-á ?!...



Mario Soares tem nestas Eleições presidenciais de 2006, a repetição de uma luta então travada há precisamente vinte anos, não pelos resultados (veremos) mas pelas circunstâncias decorrentes dos dois actos eleitorias. Nessas eleições de 86 os seus adversários foram Freitas do Amaral, Lurdes Pintassilgo e o seu colega de partido e amigo, Salgado Zenha ( de quem se tinha incompatibilizado por este ter apoiado Ramalho Eanes na sua recandidatura presidencial). Agora em 2006 novamente a corrida irá ser travada principalmente com o candidato da direita Cavaco Silva e mais uma vez um outro seu camarada de partido, Manuel Alegre. A sombra de Eanes persiste e desta vez mudou de poiso, instalando-se agora na candidatura de Cavaco Silva.


Em 86 Soares ganhou à segunda volta (tendo apenas 25,4% dos votos expressos na 1ª volta) com dois por cento sobre Freitas do Amaral, conseguirá reunir uma vez mais os votos de toda a esquerda a fim de impedir que a direita ocupe históricamente desde 1974 a cadeira da Presidência da República? Ou desta vez o seu "amigo" Manuel Alegre não será mais o Zenha de 1986, sendo certo que o Cavaco Silva está bem longe eleitoralmente de ser o Freitas do Amaral?

13 dezembro 2005

Foi há 35 anos...

Decorria o Ano de 1970 do dia 12 de Dezembro, precisamente há trinta e cinco anos, quando a Revista "Noticia" com sede redactorial na Calçada Gregório Ferreira nº 26 a 32 em Luanda, fazia de manchete a maior crise futebolística do Benfica. O alvo de todas as criticas era inevitavelmente o treinador inglês Jimmy Hagan.

Mal sabiam os “bota abaixo” do costume, dos quais alguns jogadores faziam parte, que apenas três anos volvidos e pela mão do mesmo treinador, o Benfica havia de se tornar Campeão Nacional sem sofrer qualquer derrota ao longo de todo o Campeonato.

07 dezembro 2005

OTELO

No programa televisivo da RPT1 Prós e Contras da última segunda-feira, o tema abordado foi o 25 de Novembro. Genericamente nada de muito importante ali foi dito, não merecendo o programa atenção muito especial. Houve no entanto uma passagem que me fez transportar e meditar para mais tarde, nas palavras ali proferidas por Otelo Saraiva de Carvalho. O Capitão operacional do 25 de Abril de quem nós já sabíamos, se tinha recusado a avançar ao encontro de quem queria fazer do 25 de Novembro, uma tomada de poder pelas forças consideradas de extrema esquerda, manifestou-se defensor para Portugal, no período do chamado PREC, de um projecto político inovador, desalinhado em relação ao Bloco de Leste e dos regimes burgueses Ocidentais. Reafirmou ele a terminar esta sua ideia, que o País perdeu uma oportunidade histórica única de experimentar uma outra realidade, que não sabia bem como caracterizá-la, sabendo apenas que era desalinhada em relação a qualquer bloco político/militar.
Defendeu e defende como se o Mundo tivesse parado trinta anos..., ou somos nós que não atingimos o patamar de compreensão indispensável a aderirmos também a tal projecto?!

26 novembro 2005

O Vencedor

Foi sem dúvida, o rosto dos que saíram vencedores do golpe militar de 25 de Novembro de 1975. Eleito Presidente da República em 1976 à primeira volta contra Otelo, Pinheiro de Azevedo e Octavio Pato, reeleito novamente à primeira volta em 1980, contra Soares Carneiro, Otelo, Galvão de Melo, Pires Veloso e Aires Rodrigues, fundador do PRD em 1985 , preside agora à comissão de honra da candidatura de Cavaco Silva a Belém.

25 novembro 2005

25 Novembro 1975

As leituras sobre o 25 de Novembro de 1975 são sempre contraditórias, coincidindo apenas numa coisa: foi um golpe militar. Uns defendem a ideia de que evitaram pela sua acção, a tomada do poder pelas forças da extrema esquerda infiltradas nas Forças Armadas, repondo assim o espirito do 25 de Abril pela via democrática. Outros dizem que foi a execução de um golpe militar da direita conservadora apoiada nas chefias militares moderadas das Forças Armadas e nos partidos politicos do centro, abrindo caminho assim à tomada do poder pelas forças capitalistas. Passados que são trinta anos sobre o acontecimento, há um ponto que cada vez é mais consensual: os que recusaram a participar na acção, talvez tivessem evitado uma guerra civil em Portugal.

24 novembro 2005

Debaixo das Oliveiras

Este foi o mês em que cantei
como quem morre e ressuscita
no terceiro dia
de cada sílaba.

O mês em que subi a uma colina
dentro de minha casa
olhei a terra e o mar
depois cantei
como quem faz com duas pedras
o primeiro lume. Palavras
e pedras. Palavras e lume
de uma vida.

Este foi o mês em que cantei
como quem espelha ao vento suas cinzas
e cresce de seu próprio adubo
carregado de folhas. Palavras
e folhas
de uma vida.

17 novembro 2005

Este Mundo danado...

A família Aboubakar, em Darfur, no Sudão, em frente da sua tenda no Campo de Refugiados de Breidjing, com o equivalente a uma semana de alimentos.
Uma semana de alimentos para a família Melander, na Alemanha.
As listas detalhadas bem como os valores gastos estão aqui

15 novembro 2005

Dentro de 50 anos ?!!!



José Saramago em entrevista ao jornal " O Público" no dia 11 de Novembro de 2005 sobre o momento actual do nosso País, durante a apresentação do seu novo livro, "As Intermitências da Morte".

07 novembro 2005

A História repete-se?!!!

Será este o nosso destino? Afinal de que nos serviu a integração na CEE, hoje CE? Passados que foram todos estes anos de tentativa falhada de aproximação ao pelotão da frente, o que constatamos ? Florescem as Zaras, abriram os Bilbao Vizcayas , os Santander e os Bancos Populares, todos nos deliciamos com as Cuetaras, calçamos diariamente sapatos da Bata, não há criança que não tenha o seu Nenuco, circulamos cada vez mais nas nossas estradas em Seats de todos os modelos, alimentados pelos combústiveis vendidos nas estações da Repsol, as nossas máquinas lavar roupa Siemens , os automóveis Ford , os televisores Philips, são montados ou fabricados em Espanha, as novas casas de habitação que se encontram à venda, estão equipadas com electrodomésticos da Teka, os azulejos e mosaicos que as revestem são fornecidos depois de escolhidos por catalogo pelos nossos vizinhos, em quarenta e oito horas, nos supermercados, os alhos, as maçãs, os melões (!!!!), comida para animais e até o peixe, tudo vem de Espanha. O Campeonato Europeu de Futebol, Euro 2004, esteve em risco de ter na sua estrutura organizadora, participação espanhola por duvidosa capacidade das entidades portuguesas em levar a bom porto, tal evento. Rejubilamos com o nascimento da nova princesa Leonor e do estado de saúde de sua mãe Letizia, como se de um ícone real também precisássemos, para podermos interiorizar religiosamente as nossas tristezas e frustrações.
Enfim, muitos mais exemplos poderiam ser listados neste rol de ofensivas económicas e sociais com que a Espanha nos tem presenteado nestes últimos anos de globalização europeia, sempre com a benevolência (ou não) de quem por obrigação tinha o dever de inflectir esta tendência colorida, como infelizmente no mapa ....

29 outubro 2005

Na Terra dos Sonhos

Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior

Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Jorge Palma

19 outubro 2005

FIGO, O Verdadeiro

Ao dar uma espreitadela pelo jornal regional, O Mirante, deparei-me com este excelente artigo, a propósito de um certame que se realiza anualmente em Torres Novas, a Feira dos Frutos Secos . Não resisti em publicá-lo e contribuir assim um pouco mais na divulgação das preocupações manifestadas pelo seu autor.http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=202&idSeccao=2654&Action=seccao

13 outubro 2005

FOI HÁ 33 ANOS...


No baú das minhas memórias encontrei há pouco tempo este folheto extraordinário. Vivia-se no ano de 1972 e eu frequentava então a Escola Emidio Navarro de Almada. Certa manhã num dia frio de Outubro, encontrei junto à cantina da Escola, vários folhetos destes espalhados no chão, apanhei o que vos mostro em cima e até hoje guardei-o religiosamente. Afinal, tida sido assassinado pela polícia política, um outro estudante de uma outra Escola. Fez ontem 33 anos...

11 outubro 2005

OS JUSTICEIROS

Eu não sei se o mais grave nestas eleições autárquicas de 2005 é o facto da Fátima Felgueiras ter sido eleita ou a mensagem que o povo de Felgueiras quis transmitir aos poderes deste país. Ou seja, depois de tanto peixe graúdo ter passado pelas malhas da justiça, talvez tenha chegado a vez ( pensaram eles) do povo se indignar pela via do voto, contra esta “(in)justiça à portuguesa”...e vai daí, não acreditando nas acusações de que a sua nova Presidente é indiciada, elegeram-na.
“E assim se faz Portugal, uns vão bem, outros mal”, cantou um português.

29 setembro 2005

BANDIDOS, AUTARCAS

Diz-se, que nas próximas eleições autárquicas existem quatro candidatos “bandidos” a participar no acto eleitoral. A saber, um, o Valentim, esteve preso por suspeita de corrupção no caso apito dourado e foi solto, outro, o Isaltino, foi sujeito a investigações policiais por depósitos avultados de dinheiro em bancos suíços sem se saber nunca a origem de tão significantes "rendimentos", ainda outro, o Ferreira, foi condenado em tribunal por peculato enquanto presidente de Câmara, recorreu, e finalmente o quarto, a Fátima, fugiu à justiça para outro país e depois de ter regressado, iniciou de imediato a sua campanha eleitoral como se nada tivesse acontecido.
Sabe-se, que haverá muitos mais casos que envolvem autarcas de norte a sul do país, ainda por indiciar. Igualmente se sabe que as investigações estão suspensas por causa do próximo acto eleitoral..., incompreensívelmente!!!!.
Pergunta primeira: o que anima estes quatro “bandidos” a avançarem destemidamente de peito descoberto, sem olharem a éticas de condutas, princípios de caracter e/ou morais, enfim, coisas de somenos importância nos dias de hoje, para continuarem a ter e a querer ser poder neste país, cada vez mais depauperado de valores minimamente exigíveis numa qualquer relação normal de cidadania ?
Pergunta segunda: Será que no próximo acto eleitoral, perante o cenário montado, qualquer um de nós não corre o risco de votar noutro qualquer “bandido” ainda por desvendar?

22 setembro 2005

SETEMBRO...

Pequena elegia de Setembro

Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.

Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?

Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?

Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.

Eugénio de Andrade

13 setembro 2005

COINCIDÊNCIAS?!!!

Agora compreendo a razão de certas pessoas, quando dizem que Mário Soares tem uma visão monárquica do regime democrático português, senão vejamos:
- D. Miguel de Bragança numa Toirada realizada em Pombalinho no ano de 1824, saltou da trincheira e numa estocada certeira matou o toiro que estava a ser lidado.
- Mário Soares em Julho de 2005 declarou que seria um verdadeiro absurdo e uma tontice, candidatar-se à Presidência da Republica.
- D. Miguel de Bragança uns anos depois, mais precisamente em 1836, decretou a proibição de toiros de morte em Portugal.
- Mário Soares dois meses depois, em Setembro de 2005, apresentou-se como candidato à Presidência da Republica.
Ainda há quem diga, que a(s) história(s) nunca se repete(m).

03 setembro 2005

PELA VIDA...

Perante esta imagem não resisto a pensar de que afinal, a beleza da vida ultrapassa-nos a todos instantes e é cada vez mais imperdoável todo o tipo de destruição e atentados de que o ser humano é o principal responsável.

29 agosto 2005

O PAÍS, NÓS E A BOLA

Domingo, 13 Horas do dia 28 de Agosto de 2005
Noticia de abertura em simultâneo no Jornal das 13 Horas dos três canais de televisão portuguesa, RTP, SIC e TVI: a derrota do Benfica frente ao Gil Vicente em jogo realizado na véspera, no Estádio da Luz. Conferências de Imprensa dos treinadores de ambas as equipas justificando a sorte e os azares dos pontapés falhados ou certeiros, tudo em alinhamento perfeito na imagem e no tempo, como se nada mais sobrasse neste País que merecesse noticia de abertura, para além da bola.

27 agosto 2005

SEM STRESS...

Quando o Marquês morria de tédio, numa Praça ainda longe das loucas correrias dos nossos dias

23 agosto 2005

QUE TRISTEZA TAMANHA

Todos os estrangeiros notam, todos os viajantes consignam, todos os naturais que regressam à pátria depois da mais curta viagem por outras terras da Europa observam, que nós somos o país dos tristes, dos cismáticos, dos piegas, dos choramingas. Isto procede de sermos o país dos mandriões e dos ignorantes: a mandriice é a mãe do tédio; em século tão instruído como o actual a ignorância não pode deixar de produzir uma tristeza desconsolada, abatida e profunda. Sim queridos compatriotas, consócios e amigos! desenganemo-nos bem disto: ninguém na Europa sabe menos; ninguém trabalha menos do que nós na Europa. Parece que só não foi para nós que os pensadores meditaram, que os historiadores escreveram, que os naturalistas pesquisaram, que os químicos descobriram, que os filósofos averiguaram!

Não, não, isto não é um qualquer discurso político de hoje..., foi escrito por Ramalho Ortigão nas suas Farpas, em 1871.

16 agosto 2005

O MUNDO ÀS AVESSAS?

No Concurso Um Contra Todos na RTP1, Carlos Malato pergunta ao Concorrente:
CM-Quantos anos têm?
- Tenho trinta anos.
CM-É casado?
-Não, sou junto.
CM-Tem filhos?
-Não, tenho é um cão e dois gatos.
O apresentador continua o concurso, seguindo o alinhamento do programa.

09 agosto 2005

INCÊNDIOS?

Em 2004 foi a Serra de Caldeirão, Serra da Arrábida, Serra de Monchique e Serra de São Mamede.
Neste ano de 2005, da lista já constam, a Serra do Açôr e Serra da Estrela, bem no coração do seu Parque Natural.
Perdas irreparáveis nos ecossistemas destas zonas consideradas PROTEGIDAS. Espécies vegetais raras e únicas em toda a Europa e no Mundo, que num ápice desaparecem para sempre do embelezamento do nosso País.
Zonas protegidas? Mas como protegidas?
Pobre País que se colocou ao serviço de lobbies empresariais e financeiros para realizar um evento desportivo em 2004, mas que nem meios adequados tem, para proteger o seu Património Natural, herdado de gerações e gerações ao longo da sua História.

08 agosto 2005

ALEXANDRE O´NEILL

Porque é tempo de romper com tudo isto
é tempo de unir no mesmo gesto
o real e o sonho
é tempo de libertar as imagens das palavras
das minas do sonho a que descemos
mineiros sonâmbulos da imaginação

É tempo de acordar nas trevas do real
na desolada promessa
do dia verdadeiro

04 agosto 2005

PALMA, SEMPRE

VEM, CHUVA, VEM

Vem, Chuva, Vem
Encher a maré
Dar movimento a este barco sem rumo

Jorge Palma, do album Acto Contínuo

03 agosto 2005

SÓCRATES

Sócrates foi àgil na fórmula. Quis mostrar que afinal de contas, as ideias em política nunca estão esgotadas. Recebeu-se agradávelmente bem a notícia com carácter legislativo, sobre a tão apregoada renovação política. Concordo plenamente que há por aí gente nova, com outras soluções, mais rejuvenescidas, e quem sabe, até talvez com outras capacidades quanto á formula mágica de encontrar um verdadeiro rumo para este tão maltratado País.
Já agora, Mário Soares cabe dentro desta linha de pensamento? Há pois, está bem..., não pode ser pela idade que se deve (pode) questionar a presumível candidatura.

23 julho 2005

CARLOS PAREDES

Faz hoje um ano, que partiu desta nossa vida, o grande cidadão e português , Carlos Paredes.
Para quem não tenha qualquer registo musical em casa, deste que foi, o Mestre da guitarra portuguesa, cliquem no título e por favôr não deixem de ouvir com muita emoção, Verdes Anos, Mudar de Vida e tantas outras obras imortais deste músico de excepção.

21 julho 2005

SERÁ SINA, MESMO?!...

A classe operaria faz grèves, no que está inteiramente no seu direito, mas faz tambem litteratura jornalistica e oratoria sentimental,—o que ridicularisa o trabalho, humilha a austeridade do direito e leza a legitimidade dos interesses, obrigando os obreiros—jornalistas e oradores—a pedirem mais descanços para discretearem, em vez de pedirem mais obra para fazerem. O commercio está arruinado. A lavoura está decadente. A propriedade está hypothecada. Só prosperam, só se procriam, só se reproduzem indefinidamente as instituições de jogo e de usura, as casas de penhores e os bancos!
AS FARPAS RAMALHO ORTIGÃO
Janeiro a Fevereiro de 1873

09 julho 2005

TERRA, MINHA CANÇÃO







A Terra

Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar, Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão, Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!
E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!

MIGUEL TORGA

08 julho 2005

TERRORISMO ?!!!

È sempre bom relembrar, quando como hoje, se fala tanto de terrorismo, das suas causas e justificações:
“Se invadissem o meu País com tanques e aviões de guerra , eu também me revoltaria contra os invasores”

Sérgio Vieira de Mello _ Alto Comissário da ONU, durante a "ocupação" do Iraque.

02 julho 2005

A Lucidez Poética das Inquietudes









Vai-te, Poesia!

Deixa-me ver a vida
exacta e intolerável
neste planeta feito de carne humana a chorar
onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos cabelos
com bandeiras de lume nos olhos,
para fabricar sonhos
carregados de dinamite de lágrimas.

Vai-te, Poesia!

Não quero cantar.
Quero gritar!

José Gomes Ferreira

13 junho 2005

ALVARO CUNHAL

Morreu hoje aquele que foi sem dúvida, o grande líder político partidário português, antes e pós o 25 de Abril. Poderia ter tido uma vida cor de rosa, pois a sua ascendência familiar assim o permitia mas preferiu alistar-se numa causa e tornar-se defensor de valores em que sempre acreditou, até ao último dia da sua vida. Independentemente de estarmos de acordo ou não perante esta verdadeira lição de vida, a sua luta sempre foi admirada e respeitada até pelos seus verdadeiros adversários políticos, é pois hora de nos curvarmos perante tão impar personalidade deste último século.

A VALSINHA DAS MEDALHAS

Assisti na televisão ao 10 de Junho .
Neste ano de 2005 a comemoração realizou-se em Guimarães, tendo o Presidente Sampaio mais uma vez aproveitado o acto solene, para apelar ao verdadeiro patriotismo de todos os portugueses, para que nos lembremos que somos um povo e um País com uma já longa história de 8oo anos, que já sofremos muitos revés mas que soubemos ultrapassá-los com toda a coragem e energias e que está na hora de arregaçarmos as mangas e com este gesto colectivo, darmos todos as mãos a fim de ultrapassarmos mais uma vez esta dificuldade de crise “ financeira e económica”. Tudo bem, vamos a ela, disse eu baixinho, pensando cá para comigo, que destes apelos já estou eu farto de ouvir e como calha sempre aos mesmos, nem preciso de estar de acordo, porque “eles” como de costume encarregar-se-ão de tratar das coisas “democraticamente”. Mas voltando á crise financeira e económica tão repetitivamente empolgada e cujos responsáveis todos sabemos quem foram, é imperioso sem dúvida no contexto sócio- político em que nos encontramos, debelá-la do nosso horizonte mais próximo, penso que só o conseguiremos se realmente todos os portugueses, políticos, empresários, sindicalistas, trabalhadores, estudantes, enfim, todos aqueles que no activo exerçam cargos que podem contribuir para o desenvolvimento produtivo, estiverem sensibilizados e ganhos para uma verdadeira vontade colectiva, em favor do País.
Pois,.... se estivermos todos..., mas para isso é preciso que os eternamente sacrificados (os que realmente transformam, produzem riqueza) destas coisas de crises económicas sejam pelo menos lembrados pelo representante supremo do País, já não digo reconhecidos e medalhados como o foram na habitual Valsinha das Medalhas como bem cantou Rui Veloso, antigos ministros, maus negociadores dos interesses de Portugal no âmbito da Comunidade Europeia, doutores disto e daquilo, realizadores de cinema, jornalistas desportivos e até actores. Algumas destas personagens contribuíram um qualquer cêntimo , para Produto Interno Bruto deste País? O Povo precisa de distracção, eu sei, mas em actos solenes?
Senhor Presidente, telenovelas já temos que chegue, e de melhor qualidade.

11 junho 2005

PALHAÇO POBRE, PALHAÇO RICO?!...

Palhaçadas
No mais recente episódio protagonizado pelo palhaço político a claque de apoio não lhe regateou aplausos. Recordemos os factos:
1 - O palhaço voltou a chamar bastardos e filhos da puta a todos os que contestam a sua actuação.
2 - O presidente do sindicato da classe ofendida, por sinal também político em serviço público nas fileiras da ortodoxia comunista, lembrou-se de pedir a intervenção do chefe de todas as corporações.
3 --O chefe fez questão de lembrar que já deu para esse peditório e aconselhou os ofendidos a utilizar o tempo de antena que têm ao seu dispor.
4 - Na casa da democracia regional, os que comem à mesa com o palhaço político aplaudiram de pé os seus dotes oratórios. Os ofendidos voltaram a dar notícia do facto.O chefe mandou responder à letra e a gente obedece. O senhor político é o único palhaço português eleito por sufrágio directo e universal. A comunicação social portuguesa também é culpada porque dá demasiado tempo de antena a palhaços. Livrem-nos deste circo.
P.S. Fica registado o necessário pedido de desculpas a todos os verdadeiros artistas de circo que não têm nada a ver com este filme.
A Semana Política
Paulo Baldaia _DN

04 junho 2005

O CANTADOR

Inevitavelmente, fui assistir ao concerto de Fausto no passado dia 27 de Maio no CCB. Esta foi a minha sexta presença em espectáculos deste Cantor Maldito. Lembro-me de todos eles, espaçados no tempo, desde finais dos anos setenta até hoje, e este foi talvez o de mais difícil “leitura”, e digo assim, porque só o compreendi depois de ter lido a entrevista que o próprio autor/compositor deu ao Jornal “A Capital”, distribuído gratuitamente no hall de entrada do CCB, antes de se dar inicio ao espectáculo. Os textos por serem enormes, com elevado grau de dificuldade ao nível da interpretação, como ele reconheceu, foram dificilmente percebidos pelo público, tal o ritmo necessário do Cantador para que coubessem dentro dos trechos musicais,... e depois a sensação com que fiquei no final do concerto, era de que pela primeira vez tinha sentido uma certa frustração em relação à forma como terminou. Habituados (os indefectíveis seguidores) como estamos, aos, Por este Rio Acima, Para Além das Cordilheiras, Atras dos Tempos vêm Tempos, ficou neste dia 27 de Maio, algo por saborear musicalmente, mas pronto, como o próprio Fausto disse na “A Capital”, na sua trilogia de percurso, há que colocar de parte o que está feito e percorrer outros caminhos, a começar por esta Opera Mágica do Cantor Maldito . Sempre.

17 maio 2005

INQUIETAÇÃO

Neste dia 17 de Maio de 2005, apetecia-me gritar, mas um grito enorme que vibrasse exageradamente nos timpanos de quem nos anda a lixar e acusticamente inserido numa VONTADE colectiva de mudar qualquer coisa neste cada vez mais, desgraçado e depauperado País. Será que em pleno século XXI, temos nós, pagadores de impostos e contribuintes desta “cambada engravatada e escolopêndrica” como apelidou e bem Zeca Afonso, de estar sujeitos a uma resignação cada vez mais doentia, perante todo este espectáculo de sabermos que aqueles que andam a brincar com o nosso dinheiro, nada lhes acontecer e ainda por cima, se autoproporem a novos mandatos para os lugares, onde precisamente defraudaram o erário público ? Será que nesta “democracia”, não há um qualquer poder, um que seja, eleito legitimamente por todos nós, que faça cumprir aquilo que de pouco nos resta nesta quinta de malfeitores, que é, a exigência de haver dignidade por parte de quem ocupa o poder nos vários orgãos institucionais e respeito para com aqueles que nas urnas depositam periodicamente o tal papelinho, ex-libris ou não, do chamado acto cívico e democrático ? Tantas ajudas da CE, tantas promessas não cumpridas, tantos energias desbaratadas, para quê? Dizem que estamos pior do que há uns anos atrás. Mas será que verdadeiramente o País não sabe trilhar o caminho correcto, a exemplo do que aconteceu com outros da nossa galáxia? Será das pessoas? Será dos dirigentes ou dos dirigidos? Será necessário começar tudo de novo ou temos capacidade de dar a volta a isto , em que os sacrifícios sejam repartidos proporcionalmente por todos?

27 abril 2005

25 ABRIL

25 Abril 2005
Talvez isto seja mesmo assim. As comemorações de certas datas que fizeram história, na História do nosso País, tendem a esfumarem-se no tempo, como se de nuvens passageiras sem retorno se tratassem. Para quem viu brotar, as razões desta comemoração, em pleno Abril do ano de 1974, compreende, agora que a distância temporal o permite concluir, que afinal tudo é dinâmico e precedido sempre de motivações tão diversas e interpretadas de tão variadas maneiras, que aquilo que fazia sentido há trinta anos, fica ridicularizado quando dito da mesmíssima maneira hoje, e em circunstâncias tão diferentes. Fui, mais uma vez, na noite de 24 Abril, assistir às comemorações da Revolução dos Cravos, na Praça S. João Baptista em Almada. Digo-o, sem qualquer reserva ou ambiguidade, que o que mais pesou na minha tomada de decisão, e estou certo, talvez de grande parte das pessoas que lá estavam, foi sem dúvida, a sempre esperada e agradável actuação de Rui Veloso e dos Clã. Agora..., ouvir no intervalo da actuação destes dois interpretes, no habitual discurso comemorativo, a Presidente da Câmara proclamar aos sete ventos, “Fascismo nunca mais”, inserido num discurso despropositado e exageradamente inflamado, não têm, passe o simplismo do justificativo, qualquer razão de ser. A Senhora Emília de Sousa, já devia ter compreendido que aqueles jovens, que eram a maioria da plateia no Largo S. João Baptista, estavam ali para “curtir” um pouco de música, e desligam-se cada vez mais de quem lhes fala assim, porque as mensagens proferidas nada ou pouco significam, para quem os problemas quotidianos não são o Fascismo, mas sim, as dificuldades de arranjar emprego, a alto custo das habitações, a degradação urbanística, a falta de segurança, enfim, um sem número de problemas que afligem os cidadãos de qualquer cidade deste País, e isto, Cara Emília de Sousa, não tem nada a vêr com fascismo, por vezes, até passa pela vontade de fazer “obra” a nível local e não passar o tempo a desculparem-se da inoperância e demoras do Poder Central. Para mim o 25 Abril é uma data a comemorar enaltecendo as suas virtualidades sociais, não um suporte de poder para o justificar no presente e ainda pior , igualmente no futuro.

PSL_FIM

Depois de ter sido dos mais contestados ocupantes de S. Bento, tendo sido o líder partidário, responsável, pela maior derrota que alguma vez o seu partido sofreu em eleições legislativas, depois de encenar interesseiramente , o entra-não-entra, no retomar da Presidência da CML,
este homem poderia no minímo, ter sido bafejado pela iluminação de um qualquer Espirito Santo, e num gesto de lucidez racional, ter-se retirado com a dignidade que a situação merecia. Não foi isso que fez..., teve que ser linearmente “chutado” do cargo que pretendia prosseguir, na sua derrocada política, por um seu colega , de quem os avisos proferidos no último Congresso do partido, onde foi “eleito”, não mereceram a escuta devida. Agora só lhe resta, quem sabe, chamar a si, aquelas referências culturais em que se apoiou, em aparições públicas, cantores do nacional-cançãonetismo , actores reformados pelo próprio PSL quando foi ministro da cultura do governo de Cavaco Silva, enfim, alguns poucos mais, a quem a dádiva de um qualquer favôr é sempre recompensada por uma qualquer necessária, operação de marketing, e presidir a uma impensável Associação onde caibam os seguido/frustro/desiludidos, Santanetes. Que descanse em paz, politicamente, é claro.

21 abril 2005

Figo

[Figo voltou a abordar a possibilidade de regressar à Selecção Nacional: “Deixei-a porque estava de certa forma cansado, queimado por tantos anos, e para dedicar-me totalmente ao clube. Como agora não jogo, o meu pensamento é diferente".]
Estas palavras proferidas pelo Figo a um Jornal espanhol, deixairam-me completamente desiludido. Então aquela imagem de dedicação, profissionalismo, patriotismo até, ao ponto de deixar de jogar na Selecção depois do Euro 2004, para que outros mais novos tivessem a sua oportunidade, rejuvenescendo asssim a equipa de todos nós, afinal, tudo isto que o Figo fez e disse... era tão sómente para ter tempo de se dedicar com mais afinco ao seu clube, ou seja, o Real Madrid. Ou seja, o "nosso" Figo, colocou os seus interesses e do Real Madrid, acima dos interesses da Selecção e consequentemente do País.
Toda aquela imagem de dedicação e apreço que eu tinha pelo Figo, a partir deste momento está colocada em causa, até prova em contrário.

17 abril 2005

PSL_1

É confrangedor, vêr o homem a estrebuchar nos seus últimos suspiros, de vida pública. Como já pouca gente lhe liga, até os seus comparsas de partido não compareceram no jantar de solidariedade, e pouco tempo de antena já tem direito, então o que é que este génio da politica pensou fazer? Bem, convocar a comunicação social para as obras inacabadas das Amoreiras/Marquês de Pombal, preparando-se para anunciar que o trânsito afinal vai ser alterado para melhor, claro. É evidente que do que ele quer falar é das próximas eleições autárquicas, e aí os jornalistas colocam-se a jeito, fazendo-lhe as mais variadas perguntas sobre a forma como vai reagir á decisão de Marques Mendes. É aqui que de uma forma cínica, passa a representar o papel de vítima, dizendo que afinal, deixou Figueira da Foz a pedido do Durão Barroso e com grande sacrificio pessoal etc...etc... para o partido ganhar Lisboa, portanto nesta altura, e agora concluo eu, o que me parece òbvio, o partido tem uma divida de gratidão para com o cidadão PSL. Espectacular, como diria o gordo Fernando Mendes, do concurso televisivo. Será que o homem não sabe fazer mais nada, do que viver da política? Inscreva-se numa qualquer Escola Profissional, talvez aprenda qualquer coisa de útil para si... e para o País.

13 abril 2005

PSL

Eu acho que o homem não tem qualquer pinga de vergonha. Então depois de ter demonstrado a todos nós, que a capacidade e elegância de gerir o que quer que seja, é aquilo que não tem e dificilmente irá ter, sem qualquer decoro, sobe á tribuna do Congresso do seu partido e proclama aos ventos de que o que é necessário, é retirar poderes ao Presidente sa Republica, para que futuramente nenhum poder maioritáriamente eleito possa ser demitido pelo PR, indepentemente de fazer todas as patifarias que bem entender e as malicências que quiser, sempre em nome do Povo. Ele, o PSL, ainda não compreendeu, ou então quer fazer de todos nós patetas, que pelo facto de ter plantado na Figueira umas palmeiras, de ter esburacado o centro de Lisboa e de ter dito umas banalidades como comentador desportivo, isto em nada poderia contribuir para se tornar num POLITICO. Não basta chamar sempre o Sá Carneiro, sempre que precisa de bengala, para se caracterizar politicamente. Ò homem seja aquilo que é..., olhe candidate-se ao SCP e seja feliz.

29 março 2005

PALMA, SEMPRE

O tempo não sabe nada,
O tempo não tem razão.
O tempo nunca existiu,
O tempo é nossa invenção.
Se abandonarmos as horas, não nos sentimos sós,
Meu amor, o tempo somos nós.

De Eternamente Tu de Jorge Palma

26 março 2005

VPV

É lúgubre

Apareceu em cena um novo grupo com o propósito pouco original de salvar a Pátria e "refundar" a direita, neste caso o PSD. O chefe é o miraculado António Borges (que Deus salvou de um desastre de avião para nosso futuro gozo e benefício) e os comparsas já anunciados Leonor Beleza, Rui Rio, Aguiar Branco, Jorge Bleck (quem?...), Silveira Botelho e Alexandre Relvas. Como de costume, o chefe foi à televisão (à RTP, evidentemente) dizer de sua justiça e, como de costume, não tinha nada a dizer. Tudo espremido, Borges não passou da velha panaceia liberal, mil vezes repetida desde Thatcher e Reagan: reduzir o Estado, baixar impostos, privatizar e desregular. Falou também na "integridade" da política e no espírito de serviço público, duas baboseiras sem sentido, que ele piedosamente toma a sério. Se ele quer de facto, e jurou que sim, "discutir ideias", tem de arranjar primeiro meia dúzia delas.O mal disto não é o exercício em si, que de resto a lei garante e protege. O mal é a espécie de indivíduos que hoje sentem em si próprios a irresistível vocação de nos pastorear. De onde vêm eles? Que tradições representam? Quem os recomenda e apoia fora do pequeno mundo em que circulam? Ninguém sabe. Aconteceu o mesmo com o Compromisso Portugal e o Portugal Positivo. Um certo sucesso, uma certa competência e muita "modernidade" saloia chegaram para convencer personagens dolorosamente modestas da sua importância e lucidez. Para governar bem, julgam elas, basta aplicar as boas regras, como qualquer gestor em qualquer empresa ou em qualquer país "competitivo". A suspeita de que há uma diferença entre Portugal e a Irlanda ou, por exemplo, a Goldman Sachs não penetra, nem pode penetrar, naquelas cabeças. Embora substancialmente melhor e com uma vida que de Boliqueime a São Bento lhe ensinou muita coisa, Cavaco inaugurou a estirpe dos políticos que não conheciam Portugal: a história, a sociedade, a cultura. Estes de agora só vão até ontem. Antes de Cavaco o país não existia e hoje só existe como abstracção estatística. Daí a presunção absurda de que ele é uma massa moldável, a que basta aplicar as pressões convenientes, com o indispensável complemento de optimismo e fé: o famoso "acreditar em nós" tão útil no futebol e na economia. Não se consegue imaginar indigência mental mais devastadora e lúgubre. Mas com certeza o PSD vai gostar.
Vasco Pulido Valente

24 março 2005

Fausto

O Espectáculo está agendado para dia 27 de Maio no CCB. Não quero perder, por mais uma vez, a actuação deste cantor Maldito, Trovador mas nunca bobo, Sinaleiro, mas nunca policia, o solitário mais Solidário que conheço, como disse e bem, João Gobern.

23 março 2005

MOURINHO

"O Benfica merece ganhar o campeonato"
Entrevista exclusiva a José Mourinho

Será que verdadeiramente o homem têm mesmo razão? Eu sempre tive, contráriamente talvez á maioria dos pensantes opinadores desta terra, boa impressão do Mourinho. Acho que quando se trata de avaliar a capacidade de alguém no desempenho da sua função profissional ou outra, nunca se deve misturar as várias vertentes da personalidade da pessoa com o valor real que ela têm como profissionais. Ou seja, o Mourinho é aquilo que é, e aí não temos nada com isso, outra coisa é que, por onde passa como treinador de futebol deixa marca, e isto é inegável e comprovativo, como forma de avaliar a sua eficiência e qualidades profissionais. O resto são cantigas.

22 março 2005

Sócrates

Do pouco que vi relacionado com a apresentação/discussão do Programa do Governo/Sócrates, a sensação que fica, é de que afinal o Sampaio tinha mesmo razão.Viu-se talvez pela primeira vez, confragedoramente no Parlamento, numa apresentação de Programa de Governo a não existência de uma Oposição de dentes afiados, á espera e preparada para morder á mais pequena oportunidade, no novo Governo. Afinal isto estava tudo preso por arames, em referência a quem estava no poder, bem entendido, Santana/Portas e Companhia, era tudo faz-de-conta, tudo era envernizado para dar a sensação de que alguém tinha poder a nível governamental. Bastou o Presidente questionar a "Companhia", via voto eleitoral, para que os partidos PPD/PSD/PP se desmoronasse por uma qualquer implosão partidária.

INICIO

Começo por dizer que o Inicio é sempre o começo de qualquer coisa. É mais uma oportunidade para podermos dizer tudo, correndo o risco de sermos escutados... espero que daqui para diante, o silêncio se esvaia-a no infinito.