"A vida é como a música. Deve ser composta de ouvido, com sensibilidade e intuição, nunca por normas rígidas." Samuel Butler
30 setembro 2013
15 setembro 2013
Vida nas Luas de Júpiter e Saturno?!??!
A astrobióloga portuguesa Zita Martins,
do  Imperial College of London, co-autora de um artigo científico
publicado  hoje, acredita que há condições para existir vida nas luas de
Júpiter e  Saturno, pela importância do gelo na criação de aminoácidos.
Toda a gente fala de Marte, mas eu acho
muito mais interessantes as  luas de Júpiter e Saturno, porque têm as
condições ideais para a existência  de vida", afirmou à agência Lusa
a investigadora do Imperial College of  London, que tem o artigo publicado
hoje, na revista Nature Geoscience. 
 
A convicção foi reforçada pelos resultados
de uma experiência realizada  em parceria com a Universidade de Kent, na
qual foi disparado, a alta velocidade,  um projétil de aço contra misturas
de gelo, análogas às encontradas nos  cometas.   
O objetivo era reproduzir o impacto de um cometa com uma superfície 
rochosa, e o resultado foi a descoberta de vários tipos de aminoácidos, 
nomeadamente glicina e alanina D e L.  
 
Estes compostos orgânicos são definidos
pela cientista portuguesa como  "os blocos constituintes da
vida", pois estão na origem de proteínas que,  por sua vez, são
essenciais à existência de matéria viva. 
 
Zita Martins conta que já se sabia que os cometas, astros que na sua composição têm gelo, podem conter aminoácidos, como foi recentemente confirmado pela descoberta de glicina no cometa Wild 2, através de amostras recolhidas pela NASA, a agência espacial norte-americana.
Mas esta simulação em laboratório
convenceu os autores de que os aminoácidos  também podem aparecer com o
impacto de corpos rochosos, como meteoritos,  em superfícies de gelo em
planetas ou noutros corpos celestes, como são  as luas Europa e Enceladus,
de Júpiter e Saturno. 
 
Tal como outros astrobiólogos, Zita
Martins afirma que, cada vez mais,  a hipótese de que os satélites de
Júpiter e Saturno "poderão ter vida, começa  a ganhar
credibilidade" e mais interesse do que Marte, onde se têm
centralizado  as mais recentes missões espaciais.
  
"Até agora só existiam teorias de
como a vida pode ter surgido, mas  esta experiência reforça a suposição de
que o gelo e o impacto são essenciais",  vincou, lembrando que
aquelas luas foram alvo do choque com inúmeros cometas  e meteoritos há
cerca de quatro mil milhões de anos.  
 
O artigo publicado hoje, na versão
"online" da revista Nature Geoscience,  em coautoria com Mark C.
Price, contribui também para o estudo do processo  da criação da vida no
planeta Terra, possivelmente iniciado há cerca de  quatro mil milhões de
anos. 
 
Para a investigadora portuguesa, há cinco
anos no Imperial College,  o próximo passo será perceber, no entanto, se o
impacto de gelo e rocha  no espaço pode sintetizar proteínas ou outras
formas moleculares mais complexas,  e assim chegar mais perto da resposta
à questão sobre a possibilidade de  existência de vida noutras partes do
sistema solar.  
 
Fonte -   SIC Notícias  
