27 abril 2005

25 ABRIL

25 Abril 2005
Talvez isto seja mesmo assim. As comemorações de certas datas que fizeram história, na História do nosso País, tendem a esfumarem-se no tempo, como se de nuvens passageiras sem retorno se tratassem. Para quem viu brotar, as razões desta comemoração, em pleno Abril do ano de 1974, compreende, agora que a distância temporal o permite concluir, que afinal tudo é dinâmico e precedido sempre de motivações tão diversas e interpretadas de tão variadas maneiras, que aquilo que fazia sentido há trinta anos, fica ridicularizado quando dito da mesmíssima maneira hoje, e em circunstâncias tão diferentes. Fui, mais uma vez, na noite de 24 Abril, assistir às comemorações da Revolução dos Cravos, na Praça S. João Baptista em Almada. Digo-o, sem qualquer reserva ou ambiguidade, que o que mais pesou na minha tomada de decisão, e estou certo, talvez de grande parte das pessoas que lá estavam, foi sem dúvida, a sempre esperada e agradável actuação de Rui Veloso e dos Clã. Agora..., ouvir no intervalo da actuação destes dois interpretes, no habitual discurso comemorativo, a Presidente da Câmara proclamar aos sete ventos, “Fascismo nunca mais”, inserido num discurso despropositado e exageradamente inflamado, não têm, passe o simplismo do justificativo, qualquer razão de ser. A Senhora Emília de Sousa, já devia ter compreendido que aqueles jovens, que eram a maioria da plateia no Largo S. João Baptista, estavam ali para “curtir” um pouco de música, e desligam-se cada vez mais de quem lhes fala assim, porque as mensagens proferidas nada ou pouco significam, para quem os problemas quotidianos não são o Fascismo, mas sim, as dificuldades de arranjar emprego, a alto custo das habitações, a degradação urbanística, a falta de segurança, enfim, um sem número de problemas que afligem os cidadãos de qualquer cidade deste País, e isto, Cara Emília de Sousa, não tem nada a vêr com fascismo, por vezes, até passa pela vontade de fazer “obra” a nível local e não passar o tempo a desculparem-se da inoperância e demoras do Poder Central. Para mim o 25 Abril é uma data a comemorar enaltecendo as suas virtualidades sociais, não um suporte de poder para o justificar no presente e ainda pior , igualmente no futuro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Textos muito interessantes...pesquisas escolares têm destas coisas.obrigado
se quiseres ir dando noticias ou andares por o msn :
hopelandish_@hotmail.com