25 abril 2006

25 de Abril

O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Salgueiro Maia – Foto Alfredo Cunha
Poema 25 Abril – Sophia MB Andresen

9 comentários:

RS disse...

Sempre...

Um abraço,
RS

Marco Aurélio disse...

Manuel

Aqui no Brasil estudamos a Revolução dos Cravos de maneira muito superficial. Aprendemos pouco sobre este levante militar conduzido pelos oficiais intermediários que derrubou num só dia o regime político que vigorava em Portugal desde 1926. Alguns professores daqui dizem que esta revolução devolveu a liberdade ao povo português. Outros o comparam ao Golpe de 64 que aconteceu em terras brasileiras. O que acha?

Um abraço

Marco Aurélio

MGomes disse...

Caro Marco Aurélio

Naturalmente, começo por lhe agradecer e o saudar por mais esta sua visita ao blog a que tenho a humildade de gerir.
Penso que estamos em igualdade de circunstâncias no que toca ao conhecimento pormenorizado da História de Portugal (você) e do Brazil (eu). Com efeito vou tentar de uma forma resumida explicar-lhe o percurso da nossa Revolução e as causas que contribuiram para o sua deflagração.
Portugal vivia antes de Abril de 1974 uma situação interna e externamente muito complicada. O regime era de partido único, tinha policia política, censura prévia e acima de tudo não era legitimado por eleições livres e universais. Não havia oposição parlamentar e era um poder estruturalmente ditadorial e repressor. A polícia política (PIDE/DGS) chegou mesmo a matar militantes do Partido Comunista Português e um militar que ousou concorrer a umas eleições para derrubar Salazar, chamou-se Humberto Delgado (em Maio irei publicar um post dedicado a este General Sem Medo, como ficou conhecido pelo povo Português). E depois estávamos sustentando uma guerra colonizadora em África, mais propriamente em Angola, Moçambique e Guiné. A guerra provocava o desespero de quem via os seus jovens filhos e maridos partirem para longe e sempre com a incerteza de voltarem um dia. Ao nível externo, as organizações internacionais utilizavam todos os meios possíveis para pressionarem Portugal a deixar esses países aos seus naturais representantes, que eram os já constituídos Movimentos de Libertação. Teimosamente e perante este cenário, o Governo de então chefiado por Marcelo Caetano, defendia para o problema de Africa uma solução militar, ou seja, Portugal só saíria pela força e nunca pela via de uma qualquer negociação de caracter diplomático. É então que os jovens capitães se começam a organizar e assim dar força ao chamado Movimento dos Capitães, prepararando clandestinamente o golpe militar que acabou por eclodir no dia 25 de Abril de 1974. Nessa memorável manhã, Salgueiro Maia é o primeiro avançar com uma coluna militar a partir de Santarém, com destino a Lisboa. Seguem-se as restantes unidades militares que estratégicamente ocupam as emissoras de Rádio e Televisão, assim como Aeroportos e Portos Navais. Os militares derrubam o regime (simbólicamente derrotado no Largo do Carmo) ocupam o poder e criam o Movimento das Forças Armadas, onde estão inscritas as linhas programáticas a seguir à Revolução. Dessas orientações, destacaram-se a criação de eleiões livres e democrátias para a formação da Assembleia Constituinte de onde saíram as leis fundamentais do País consagradas na actual Constituição da República Portuguesa.
Hoje vivemos num regime político assente em vários orgãos de poderes legitimados pelo voto do povo português: Eleição do Presidente da Republica , Eleições Legislativas para formação da Assembleia da Republica de onde sai a formação dos Governos e as Eleições Autárquicas que legitimam o poder local e regional.
É esta caro amigo, de uma forma muito sucinta, a História da nossa Revolução.
Um Abraço_Manuel Gomes

MGomes disse...

Caro Marco Aurélio

Desculpe, mas só para dizer o seguinte sobre a dúvida que me colocou: efectivamente a Revolução dos Cravos devolveu a liberdade a que estavamos privados no regime de Salazar e Caetano, penso que perante esta constatação, não é possível comparar as duas Revoluções (de 1964 e 1974) nos mesmos propósitos politicos.

José Pires F. disse...

É sempre bom recordar esse grande homem que foi Salgueiro Maia.
Um abraço.

Anónimo disse...

lingua portuguesa

e o che guevara...tamem

falow t+++

Luis Vidal disse...

salgueiro Maia, um excelente Oficial de Cavalaria, que morreu muito cedo.

Anónimo disse...

Olá!
Gostaria de ter o seu link, mas no meu blog são as visitas que se linkam! Por isso e se for da sua vontade, vá até lá e clique no logotipo do "Páginas Amar-ela", o dos morangos, para fazer o registo e adicionar o seu blog!
Um abraço amigo,
Daniela

ALeite disse...

Histórica a foto do Alfredo Cunha. É uma memória viva, passe o cliché.
Bom fim de semana.